O ser humano deve adquirir o conhecimento para elevar-se do ser bruto e tornar-se o ser detentor da consciência. Não lhe bastará conhecer, mas também, viver a experiência de ser o objeto conhecido. Não somente conhecer o exterior, as experiências da vida, o de fora para dentro; mas vivenciar o que é conhecido e coloca-lo de dentro para fora, incorporando-o a sua realidade. O ego adquire desse modo a consciência autêntica, no momento em que é sujeito que conhece o objeto conhecido.
A vida saudável é a que decorre da liberdade consciente, capaz de enfrentar os obstáculos e dificuldades que se apresentem no relacionamento dos seres humanos e na própria individualidade. Esta é a meta que a consciência almeja.
Tomado à consciência inicia-se o sofrimento.
Para o budismo a vida é como uma forma de depuração. Uma forma de sofrimento cuja finalidade é se libertar dele. Depuramento espiritual. A vida é constituída de misérias que geram o sofrimento; por sua vez, o sofrimento é causado pelos desejos insatisfeitos ou pelas emoções perturbadoras e o sofrimento deixará de existir se forem eliminados os desejos, sendo necessário para isso uma conduta moderada, sem excesso de qualquer parte, sendo necessário à entrega a meditação em torno das aspirações elevadas do ser.
O ensinamento fundamental está ligado à lei do carma, graças a qual o ser humano é o construtor de sua desdita ou felicidade, mediante o comportamento adotado no período da sua existência corporal. Em uma etapa, a aprendizagem equipa-o para a próxima etapa, sendo que o conjunto das experiências e as ações positivas anulam aquelas que lhe constituem débito proporcionador de sofrimentos.
O sofrimento é como uma enfermidade que necessita de tratamento apropriado a fim de lograr o bem estar e o equilíbrio fisiopsíquico.
O sofrimento pode decorrer do desgosto orgânico ou mental que é um processo degenerativo do instrumento material humano. As doenças aparecem normalmente naqueles que estão incursos nos débitos perante a justiça Divina. Sofrem-na mediante as transmissões danosas do código genético, ou por contaminação posterior, escassez alimentar, traumatismos físicos e psicológicos num emaranhado de causas, decorrentes dos compromissos negativos assumidos do passado mais remoto.
O sofrimento resulta da transitoriedade da própria vida física e da fragilidade de todos os bens que proporcionam prazer momentâneo, convertendo-se em razão da preocupação mental, arrependimento, e da amargura proporcionada. A busca do prazer é inato no ser humano instintivo, e o ser se aferra na condição de meta prioritária ao seu bem viver. Mera ilusão. Pois usufrui de satisfação momentânea e, por posterior insatisfação psicológica, o que às vezes se prolonga por indefinidamente. A satisfação do prazer transitório na grande maioria se prolonga por períodos e se saturam muitas vezes pelo objetivo alcançado. Enquanto o sofrimento pode durar por eternidade não previsível.
O homem integral
Divaldo Pereira Franco
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