Embora o tema seja potencialmente polêmico e desagradável, não há como ignorá-lo no contexto de nossa situação planetária.
Nossa abordagem será pelo ângulo transcendental e reencarnacionista considerando que são três espíritos, no mínimo, envolvidos na tragédia em questão.
Inicialmente, cumpre-nos esclarecer que o livre arbítrio é o maior patrimônio que nós, espíritos humanos, temos alcançado ao atingirmos a faixa evolutiva pensante.
Livre arbítrio que não legitima atitudes, mas oportunizam as criaturas a decisão e a responsabilidade pelas conseqüências de seus atos.
Outra premissa a estabelecer é aquela da maior ou menor repercussão dos atos perante a Lei Universal, em função do nível de esclarecimento que possuímos.
Importante salientar também que não há atos perversos que tenham sido planejados pela espiritualidade superior.
Seria uma miopia intelectual sem limites, a idéia de que alguém deva reencarnar a fim de ser estuprado.
A concepção de um Deus punitivo e vingativo já não cabe mais no dicionário dos esclarecidos sobre a vida espiritual.
Deus é fonte inesgotável de amor.
Como conceber a violência física?
Como enquadrar a onipresença divina em situações e sofrimentos que observamos?
Deus estaria ausente nestas circunstâncias?
Ou estaria presente?
Para muitos indivíduos se estivesse presente já seria motivo para não crer na sua existência ou na sua infinita bondade e onisciência.
Outra questão importante:
Quem é a “vitima”?
Cada um de nós ao reencarnar trouxe todo o passado impresso indelevelmente em nós mesmos. São os núcleos energéticos que trazemos em nosso inconsciente construídos no passado.
Espíritos que somos e pelas inúmeras viagens que percorremos, representadas pelas inúmeras vidas, possuímos no nosso “passaporte” inúmeros “carimbos” das pousadas onde estagiamos em vidas anteriores. Hoje, a somatória dessas experiências se traduz em manancial energético que irradia constantemente do nosso interior para a superfície desta vida.
Assim é também a “vitima”.
A jovem que hoje se apresenta de forma diferente, traz em seu passado profundas marcas de atitudes prejudiciais a irmãos seus de caminhada.
Atitudes de desequilíbrios que são gravadas em si mesmas.
Pela Lei Universal, a sintonia de vibrações, poderá ocorrer em um dado momento dependendo da facilidade criada por atitudes mentais da personagem.
Como orientar a vitima?
Identificados dois dos protagonistas (mãe e filho) falemos acerca da entidade reencarnante.
Em certas ocasiões, o ser que mergulha na carne nesta dolorosa circunstância é alguém que vibra na mesma faixa de desequilíbrio, Um espírito que pelo ódio se imantava magneticamente à aura da jovem como que lhe pedindo contas pelos sofrimentos causados por ela, se vê preso as malhas energéticas do organismo biológico que se forma. O processo obsessivo que vinha se desenvolvendo já o fixara perifericamente à trama perispiritual materna e agora passa a aderir definitivamente naquele organismo feminino.
Apesar do momento cruel, a Lei maior pode aproveitar para retirar o perseguidor desta situação adormecendo-o. Acordará, talvez, embalado pelos braços de sua antiga algoz que aprenderá a perdoar e até amar em função do sábio esquecimento do passado. Lembramos, novamente, não foi em hipótese alguma programado o estupro, nem ele em qualquer circunstância teria justificativa. No entanto o crime existindo, a espiritualidade sempre fará o máximo para do "mal" poder resultar algum bem.
Mas muitas vezes a gestante pressionada pelos vínculos familiares opta por interromper a gravidez indesejada.
O espírito submetido à violência do aborto sofre intensamente no processo, conforme o seu grau de maturidade espiritual. Perante a Lei divina sabemos que o espírito reencarnado não deve receber a agressão arbitrária em face da violência cometida por outro. Violência que gera violência, um ciclo triste que necessita ser rompido com um ato de amor a um entezinho que muitas vezes aspira por uma oportunidade de evolução em nova vida.
O aborto provocado gera muitas vezes profundos traumas em todos os envolvidos exacerbando a dolorosa situação cármica da constelação familiar.
Ninguém é mãe ou filho de outrem por casualidade.
Há sempre um mecanismo sábio da lei que visa corrigir ou atenuar sofrimentos.
Há, também, espíritos afins e benfeitores que, visando amparar a futura mãe, optam pelo reencarne na situação surgida. A vítima do estupro poderá ter ao seu lado toda luz de alguém que poderá vir a ser o seu arrimo e consolo na velhice.
Irmãos cheios de ternura em seu coração, com projetos de dedicação e amparo, aproveitam o momento criado pelo crime para auxiliar diretamente na vida material dando todo o seu trabalho afetivo para aquela que amam. Renascem como seu filho.
A eliminação da gravidez, através do aborto provocado, nestes casos, irá anular este laborioso auxilio que o espírito protetor lamentará ter perdido.
Pelo exposto, a interrupção da gestação mesmo decorrente de violência, é sempre uma atitude arbitrária que só ampliará o sofrimento dos familiares.
Se a jovem for emocionalmente incapaz de atender os requisitos da maternidade, a adoção preferencialmente por pessoas de vínculos próximos, deverá ser o remédio por nós indicado.
Se não houver possibilidades psiquicamente aceitáveis de recepção por parte de familiares, encaminhem aos trâmites da adoção para quem possa receber aquela criatura com o amor necessário ao seu processo redentor e educativo.
O tempo se encarregará de cicatrizar os ferimentos da alma.
Dr. Ricardo Di Bernardi
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Pedindo licença ao autor.
Para não ficar muito extensa a postagem retiramos alguns comentários, mas a essência não ficou prejudicada.
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