Devemos nós colocarmos um fim à prova do nosso próximo quando o podemos fazê-lo, ou devemos não fazê-lo para respeitar os desígnios de Deus, para que a Lei siga seu curso?
Pensam alguns que estando na Terra, lugar de provas e expiações é necessário deixar que siga o curso a Lei divina na cobrança do débito devido.
Não estendem a mão benfazeja, pois deduzem que não há necessidade de mitigar as dores alheias porque assim é o desígnio.
Já é dito que todos os nossos sofrimentos decorrem da imprevidência de nossos atos decorridos em existências anteriores.
Que existe um débito a ser quitado, então deixemos seguir a cobrança divina até a depuração total do sofredor.
Muitos julgam que estamos na Terra, é necessário aproveitar as experiências do sofrimento e fazem de tudo para contribuir aumentando o sofrimento alheio.
De aumentar a dose do veneno nas vísceras do sofredor.
Sobre o pretexto que quanto mais sofrer, melhor a depuração.
Grande erro está nesse pensamento!
Não temos o dever de revirar o dedo dentro da ferida.
Nem o direito de negar-lhe a ajuda para cicatrizar a ferida.
É certo que certas provas devem seguir o curso que Deus traçou.
Mas perguntamos:
Conheceis o curso de tais provas?
Quanto tempo deve durar?
Se Deus já determinou o fim à prova?
Se nos fomos os escolhidos para mitigar o sofrimento do infeliz?
Ou mesmo se fomos os escolhidos como instrumento balsâmico de consolação para fazer cicatrizar as chagas de tal sofrimento?
Quando olhar alguém a sofrer não se pergunte se deve aumentar seu sofrimento, ou se deve ajudá-lo para não atrapalhar o curso de seu sofrimento; pense antes que poderá ser uma oportunidade que Deus coloca em meu caminho para ser útil, para suavizar o seu sofrimento.
Vejamos se nossas consolações morais, o nosso amparo material ou mesmo os conselhos poderão ajudá-lo a vencer tal prova com mais energia, paciência ou resignação.
Talvez até mesmo como um meio determinado por Deus para que seu sofrimento cesse.
Se não seria a nossa prova ou expiação, deter o mal e substituí-lo pela paz.
Ajudemos, pois, sempre, mutuamente, nas nossas provas.
E nunca nos consideremos instrumentos de tortura nas provas alheias.
Essa idéia é um pensamento a ser combatido por todos os seres de coração benévolo.
Todos cristãos deve estar compenetrados de que sua vida deve ser de amor e de devoção.
Façamos o que fizermos, se as provas forem instrumentos cirúrgicos de remoção do mal, as mesmas se cumprirão pela vontade Divina.
Podemos, portanto, empregar todos os esforços da bondade.
Para atenuarmos o amargor da expiação alheia.
Certo que só a Deus cabe, detê-la ou prolongá-la.
Conforme julgar conveniente.
Resumindo: Todos estão na Terra para expiar; mas, todos, sem exceção, devem esforçar-se por abrandar a expiação de outrem de acordo com a lei do amor e da caridade.
Bernardino, Espírito protetor. (Bordéus, 1863.)
ESE. – Capítulo V, item 27.
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