“O aborto é sempre algo muito doloroso em todos os sentidos”.
Após a fecundação do óvulo pelo espermatozóide o Espírito reencarnante é ligado ao embrião constituindo um ser humano que habitará o ventre materno, protegido em sua fragilidade até a hora de enfrentar o mundo exterior.
O aborto situa-se assim como uma desencarnação.
Se natural configura como uma possível provação aos pais, devido a infrações anteriores as leis divinas, que experimentam agora a frustração do anseio da paternidade (acrescenta ainda a mulher os sofrimentos e incômodos decorrentes da interrupção da gravidez), quanto para o reencarnante esse vê malogrado o seu anseio de retorno ao corpo físico.
O aborto criminoso configura um crime hediondo, nem sempre passível de punição pela justiça humana (em alguns paises a legislação faculta a mulher o direito de arrancar de seu ventre o filho, matando-o), mas inexoravelmente sujeito às sanções da justiça Divina, a atingir não apenas a gestante, mas todos direta ou indiretamente que se envolvem em sua prática. (De quem sugere o aborto a quem o pratica).
A mulher que assassina a criança indefesa na intimidade de si mesma sob a alegação de que é dona de seu próprio corpo, usa um sofisma materialista.
Nosso corpo é um empréstimo divino para a jornada humana na Terra.
Muito mais que direitos temos deveres vinculados ao seu uso.
O primeiro é o de preservação, usando-o disciplinadamente com consciência de suas necessidades.
O segundo é o de respeito à vida gerada em seu interior, em obediência aos desígnios de Deus, porquanto só ao Criador compete decidir sobre os destinos da criatura.
A literatura espírita é pródiga em exemplos sobre as conseqüências funestas do aborto delituoso, que provoca na mulher graves desajustes perispirituais, a refletirem-se no corpo físico na existência atual ou futura, na forma de cânceres, esterilidades, infecções renitentes e frigidez...
Muitos males que afligem a mulher, após o crime do aborto, prolongam-se indefinidamente não obstante os recursos da medicina.
Problemas dessa natureza, freqüentes na atualidade, demonstram com propriedade como está disseminada essa prática criminosa.
Muitas mulheres chegam ao cúmulo de usar habitualmente substâncias químicas abortivas sempre que ocorre atraso menstrual, sem cogitar se estão grávidas.
Semeiam aflições que fatalmente colherão...
No aborto criminoso a situação do reencarnante postulante a vida é mais complexa.
O Espírito sofre o trauma provocado pela morte violenta, embora amenizado pelo fato de não estar comprometido com os enganos do mundo.
Tratando-se de algo não programado, fruto da irresponsabilidade dos pais, sua frustração será maior.
A readaptação será semelhante à do Espírito vitimado pelo aborto natural, mas se o Espírito reencarnante for moralmente imaturo, sua expulsão poderá provocar um acirrado rancor contra os pais, transformando-se em futuro perseguidor implacável a aqueles que se recusaram conceder-lhe a oportunidade do recomeço.
Richard Simonetti
Livro – Quem tem medo da morte?
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