Conta-se que certa feita um jovem inconseqüente resolveu pregar uma peça em idoso e experiente mestre, famoso por sua sabedoria.
Quero ver se esse velho é realmente sábio, como dizem - pensou o rapaz
Vou esconder um pássaro em minhas mãos.
Depois em presença de seus discípulo, vou perguntar-lhe se está vivo ou morto.
Se ele responder que está vivo, eu o esmagarei e o apresentarei morto.
Se ele falar que está morto eu abrirei a mão e deixarei o pássaro voar.
E lá se foi o jovem mal intensionado com sua armadilha perfeita.
Realmente um plano ardiloso e infálivel aos olhos de quem presenciasse o encontro.
Qualquer que fosse a resposta, o sábio estaria incorrendo em erro.
Diante do ancião acompanhado dos aprendizes, fez a pergunta fatídica.
Mestre este pássaro que tenho preso em minhas mãos, está vivo ou morto?
O sábio olhou bem fundo em seus olhos, como se examinasse o interior de sua alma e respondeu:
- MEU FILHO O DESTINO DESSE PÁSSARO ESTÁ EM SUAS MÃOS.
A estória nos mostra que o destino de muitas pessoas que conosco convivem, às vezes, se posicionam em nossas mãos. Assim como demonstra a maledicência humana em nosso conviver, capaz de sacrificar para obter vantagens, conseguir objetivos, não se importando com os meios utilizados. Também pode se analisar como podemos ser sábios e derrotar os ardis da desonestidade e da maledicência.
Mas a ilustração perfeita é sobre o destino humano nas mãos de outrem.
Consideram muitos que tudo na vida acontece pelas mãos de Deus. Meninos, habitantes das ruas, órfãos, tragédias familiares, doenças, misérias, ignorância, infortúnios...
Esquecemos nós da bondade infinita de Deus e cometemos a flagrante injustiça contra o Criador. A vida constitui dádiva Divina, mas a qualidade de vida será sempre fruto de nossas ações humanas. Do nosso comportamento durante o pequeno espaço de tempo, entre 70 e 80 anos que se vive no planeta. Comportamento esse que determina a qualidade de vida no futuro. Sofredores na orfandade; crianças e velhos abandonados dependerão de quanto amor distribuir na atual circunstância vivida.
O que caracteriza nossa condição espiritual é o poder que temos de exercitar a caridade, através da vontade de trabalhar. Exercitando a vontade temos o poder de moldar o nosso destino e de influenciar sobre o destino de outrem.
Mas saibamos influenciar, pois aquele que não vacila em esmagar, a vida ao seu redor, para alcançar objetivos nefastos, envolve-se em ambições, usura, agressividade, violência, crimes, desonestidade, mentiras, e vícios gerais.
Entre os extremos do bem e do mal, existe a maioria dos seres humanos, que normalmente não assumem o compromisso com o bem, facilitando que o mal no mundo se sobressaia. Devido à omissão silenciosa dos que acreditam bons, mas não se envolvem ou desenvolvem nenhum esforço em prol de outrem, muitos irmãos ainda permanecem as margens da vida. Isso está bem claro na questão 932 do Livro dos Espíritos: “porque o mundo, tão amiúde, a influencia dos maus sobrepuja a dos bons?
Observe o alcance da resposta dos Espíritos: “por fraqueza dos bons, os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem poderão se sobressair”. Acrescentamos ainda que a omissão dos bons favorece a influencia dos que atuam no prazer do mal, porque ninguém ajuda, ampara, orienta e os atendem em suas carências e necessidades. E muitos não se preocupam, pois o problema não é deles.
No abandono do jovem ou do velho, o problema é da sociedade, muitos diriam.
Na realidade o problema existente não o é somente da sociedade; o que existe muito é a orfandade de amor, falta de compreensão e caridade.
É preciso assumir deveres, principalmente o dever de exercitar a caridade, vivenciando a lição maior de Jesus: “prestar ao semelhante todo o benefício que gostaríamos de receber dele se sofrêssemos as suas carências”.
Fraternidade, esta é a palavra chave a todos os cristãos. A doutrina espírita deixa bem claro que não podemos nos omitir diante das misérias humanas. O destino de nosso irmão é o somatório de nossas ações. É de acordo com a obra de cada um, de maneira simples e isolada, que se faz uma sociedade boa, evitando deixar de lado a sofrer jovens e velhos ao léu, sem o cultivo da solidariedade.
“É influenciando o bem no destino de outrem nas venturas terrenas, que encontramos o verdadeiro caminho. Clareando as sendas alheias, iluminamos o nosso próprio caminho”.
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